Gostava de brincar de pingar fogo
pegava um pedaço de pau
colocava um saco de plástico na ponta
e riscava o fósforo...
Assim fiz várias vezes...
Minha mãe alertava
brincar com fogo solta a bexiga...
Mas naquele dia aconteceu...
algo diferente...
Eu morava na última rua da cidade
de um lado da rua, minha casa
do outro, o pasto
a chácara de dona Genoveva...
Pingando fogo no chão
acabei chegando ao mato seco
da beira da estrada que ia para a cerâmica...
Lá estava nosso esconderijo
nossa cabana natural feita com o mato alto
plantas-trepadeiras
daquelas que dão aquele fruto vermelho
que chamávamos de remedinho
e que tomávamos de vez em quando...
Um desacerto fez eu não gostar mais da cabana
e pingando fogo na beira da estrada
resolvi tacar fogo no esconderijo também...
assim fiz...
Porém, minha inteligência em formação
não me preveniu de que o mato ia além da cerca
e o fogo se espalhou
e o pasto queimou
e o povo ficou doido apagando fogo...
Eu que nunca gostava de deitar à tarde
não esperei minha mãe chamar aquele dia
eu na cama, como um anjinho de seis anos
enquanto o fogo se espalhava...
3 ponto(s) de vista sobre esse poema:
nossa, esse poema me fez relembrar minha infância tb...
ia pra casa da minha vó, que ficava lah no brejo, e ai no quintão parecia uma matinha, tinha do fruto vermelho tb, umas sementinhas q ficavam dentro de um fruto meio amarelado.. como era bom! bons tempos aqueles em q não tínhamos nada pra se preocupar...
é...
é esse mesmo meio amarelado... vc se lembra do nome dele?
Eu só espero que nossos filhos puxem a mim e não a vc! Senão eu tô perdidaaaaaa!!!
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